INVESTIMENTO JAPONÊS EM ANGOLA

14 de Março de 2023

As relações político-diplomáticas entre Angola e o Japão foram estabelecidas em Setembro de 1975, embora a cooperação bilateral na prática tenha começado apenas em 1988, com a ajuda de emergência japonesa, através do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Com o fim do conflito armado em Angola, em 2002, o Japão começou a dar o seu apoio às áreas de desminagem, no processo de reinserção social dos ex-militares e na reintegração dos refugiados. Até hoje, o “gigante asiático” continua a prestar ajuda no processo de desminagem, sendo dos poucos países que abraçam esta causa.

Recentemente, o Japão assinou mais um acordo para a assistência não reembolsável no domínio da desminagem em Angola, no valor aproximado de 2,3 milhões de dólares. No dia 1 deste mês, foi assinado um Acordo de Troca de Notas para o fornecimento de acessórios para máquinas de desminagem. Trata-se de mais uma contribuição daquele país para que Angola se livre das minas até ao ano 2025.

E o apoio certamente não ficará por aí, tendo em conta a garantia dada, ontem, em Tóquio, pelo Primeiro-Ministro japonês, durante um encontro com o Presidente João Lourenço, que se encontra em visita oficial àquele país. Fumio Kishida afirmou que o seu país vai continuar a contribuir para que as minas em Angola sejam erradicadas.

A confirmar a excelência nas relações com Angola, o Chefe do Governo nipónico não ficou por aí. Anunciou a disponibilização de 70 mil milhões de iens (equivalentes a 518 milhões de dólares) para apoiar a implementação de projectos sociais no Sul de Angola, além da execução de acções no âmbito da transição digital e nas tecnologias de informação geoespacial.

Depois da intervenção do Primeiro-Ministro japonês, foi a vez do Presidente João Lourenço. O Titular do Poder Executivo angolano considerou “muito boas” as relações entre Angola e o Japão, mas disse estar insatisfeito com o nível da cooperação.

João Lourenço entende que ainda existe um potencial grande por explorar. Reconheceu que Angola tem beneficiado já de importantes financiamentos do Japão, sobretudo para a construção de infra-estruturas públicas, mas disse não estar satisfeito com o volume de investimento privado japonês, numa altura em que o investimento angolano no Japão “é praticamente incipiente”.

Por isso, lançou o desafio para que haja um crescimento substancial dos investimentos, que são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer economia.

Uma resposta positiva ao apelo do Presidente João Lourenço significará um ganho para Angola, que vai desenvolver-se economicamente, mas também para os empresários japoneses, com os lucros a obterem dos investimentos no nosso país.

Fonte: Jornal de Angola

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