27 de Setembro de 2019
Huambo – O Príncipe Harry reconheceu hoje (sexta-feira), no Huambo, o espírito de entrega e determinação dos angolanos no processo de desminagem, que permitiu às autoridades nacionais darem passos seguros para a reconstrução do país e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
Ao tomar a palavra na avenida 28 de Maio, local onde a Princesa Diana testemunhou, em 1997, o arranque do processo de desminagem na província, o duque de Sussex considerou a desminagem uma tarefa muito difícil e de grande risco para a vida.
“Mas que tem de ser feita, porque, mais de 60 milhões de pessoas continuam a viver sob ameaça e risco de minas terrestres (…) e não se pode dar costas ou abandonar o trabalho que está a ser feito”, encorajou.
Apresentou como exemplo o facto de há 22 anos, no mesmo local, ter existido um campo minado, que hoje está totalmente transformado, o que, em sua opinião, dá outro impacto à vida das comunidades.
Lembrou ainda que, em Janeiro de 1997, a Princesa Diana esteve em Angola, como voluntária da Cruz Vermelha Internacional, tendo impulsionado o processo de desminagem, mas existem ainda mais de mil campos minados no país por clarificar.
“Gostaria que a minha mãe estivesse viva, pois tenho a certeza que gostaria de testemunhar esta realidade, que se vive neste lugar, pelo facto de o povo angolano ser um exemplo a seguir e pelo compromisso de ter o país, até 2025, livre de minas”, afirmou.
O Príncipe inglês que reconheceu, ainda, haver muito trabalho por fazer e outros objectivos a serem alcançados, reiterou o compromisso da Casa Real britânica em continuar a apoiar o processo de desminagem nas comunidades, para permitir a livre circulação de pessoas e bens em todo o território nacional.
Na ocasião, a governadora da província do Huambo, Joana Lina, lembrou que, em 1997, enquanto Secretária de Estado para a Promoção e Desenvolvimento da Mulher, teve o privilégio de receber a Princesa Diana.
Recordou a foto da Princesa, que correu o mundo, tirada nesta região, que demonstrava o drama que Angola vivia com a guerra, os “grandes” risco que se corriam com as minas terrestres, mas, com a intervenção do Governo britânico e de outros parceiros, o Huambo está hoje livre, apesar de existirem, ainda, áreas por clarificar.
No perímetro de mais de dez metros quadrados visitados pela Princesa Diana, actual avenida 28 de Maio, foram recolhidos e destruídos mais de 28 minas antipessoal e 313 uxos (explosivos não detonados), num processo de desminagem realizado pela HALO Trust, que terminou em 2005.
Fonte: ANGOP