Santos Viola | Yokohama
Termina hoje, em Yokohama, o encontro que juntou Chefes de Estado e de Governo, empresários e representantes da sociedade civil do Japão e de África. Ontem, o Presidente João Lourenço recebeu em audiência várias entidades
A sétima edição da Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (TICAD) encerra hoje, na cidade portuária de Yokohama (Japão), com a produção de uma Declaração, em que as partes devem espelhar os progressos alcançados durante os três dias de debates.
A Declaração, cuja preparação final aconteceu ontem durante a reunião de ministros, deve reafirmar o compromisso dos países africanos e do Governo japonês na necessidade de acelerar a transformação económica e melhorar o ambiente de negócios através da inovação e o engajamento do sector privado.
Os países africanos e o Governo do Japão devem confirmar a pretensão de fortalecer a paz e a estabilidade, incluindo assuntos sobre a edificação de instituições fortes
Durante três dias, a Conferência Internacional reflectiu sobre a necessidade de aprofundar uma sociedade sustentável e resiliente focada na saúde, educação, ambiente e na redução de riscos de desastres naturais.
Os países africanos e o Governo do Japão devem confirmar, no documento, a pretensão de fortalecer a paz e a estabilidade, incluindo assuntos sobre a edificação de instituições fortes, boa governação e apoio aos refugiados e deslocados do continente.
Ontem, o Presidente João Lourenço e o Primeiro-Ministro do Japão, Shinzo Abe, reuniram-se à margem dos trabalhos da TICAD. A reunião contou com a participação de alguns ministros das duas delegações.
No mesmo dia, os Chefes de Estado e de Governo participaram num jantar oficial oferecido pelo Primeiro-Ministro japonês, Shinzo Abe.
Hoje, os estadistas tomam o “Chá da Tarde”, oferecido pelo Imperador do Japão, Naruhito, no Palácio Imperial, em Tóquio, cerca de 90 quilómetros de Yokohama.
A sétima edição da TICAD é uma organização conjunta do Governo do Japão, Nações Unidas, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento(PNUD), Comissão da União Europeia e Banco Mundial.
Cerca de 4.500 pessoas participam no encontro, que representa um fórum inclusivo e aberto de Chefes de Estado africanos, organizações internacionais, países parceiros e doadores, sector privado e representantes da sociedade civil.
Atenção aos jovens
O Fundo das Nações Unidaspara a Infância (UNICEF) defende maior atenção do Governo aos jovens que, depois do período de escolaridade, precisam de emprego e capacitação profissional.
A posição daquela instituição da Organização das Nações Unidas (ONU) foi transmitida ontem, em Yokohama (Japão), pelo director regional Leste e Austral de África do UNICEF, Mohamed Malik Fall, no final da audiência que lhe foi concedida pelo Presidente da República, João Lourenço.
O dignitário, que entregou uma mensagem da diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore, ao Presidente da República, disse que o encontro serviu para avaliar o estado da cooperação entre aquele órgão da ONU e o Estado angolano.
“O UNICEF em Angola tem uma cooperação que dura há muito tempo e que pode ser revitalizada, para o bem das populações, das crianças, pessoas que devem merecer a nossa atenção”, disse.
Investimento privado
A empresa japonesa Marubeni pretende operar no mercado angolano em várias áreas, sobretudo na construção, anunciou ontem, em Yokohama, o seu presidente do conselho de administração, Masumi Kakinoki, no final de uma audiência que lhe foi concedida pelo Chefe de Estado, João Lourenço.
“Temos algumas bases já em Angola, que começaram com a construção de algumas fábricas têxteis no passado em Luanda, Benguela e no Dondo. Então, neste encontro com o Presidente manifestamos a nossa vontade de contribuir mais por Angola”, disse.
O empresário disse ter recebido do Presidente João Lourenço sugestões que podem reforçar a intenção de investir em Angola.
Sem avançar montantes financeiros a aplicar em investimentos em Angola, Masumi Kakinoki disse que a experiência do passado pode ser fundamental para avançar com projectos no país.
A intenção, segundo o empresário, é apostar na construção de barragens para reduzir os efeitos da seca severa no país.
Fonte: Jornal de Angola, 30 de Agosto de 2019.