DEBATES EM LISBOA SOBRE RELAÇÕES ENTRE EUROPA E OUTROS CONTINENTES

O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, intervém hoje, em Lisboa, numa conferência anual que tem no centro dos debates as relações da Europa com outros continentes.

O chefe da diplomacia angolana participa num painel com a moderação da antiga ministra dos Negócios Es-trangeiros de Portugal, Teresa Patrício Gouveia.
De acordo com a Angop, o encontro conta com a presença de actuais e antigos dignitários de diferentes continentes, que ao lado de diversos especialistas abordam temas que têm a ver com a melhor relação entre a Europa e os seus parceiros intercontinentais.
Encontro do Grupo g7+
Ainda hoje e amanhã, Lisboa acolhe a reunião do g7+, um grupo informal de Estados Frágeis (em situação de pós-conflito) fundado em 2010, por iniciativa timorense, e cujo Secretariado está sedeado em Díli.
A organização possui um escritório em Lisboa que opera como delegação europeia do g7+ e que se destina à promoção das suas actividades junto de parceiros europeus, africanos e americanos. Criado em 2010, o g7+ é uma organização intergovernamental constituí-da por 20 países, entre os quais os lusófonos Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
A organização pretende fomentar a “partilha de experiências sobre a fragilidade, prevenção e resolução dos conflitos nos países frágeis”. Em Lisboa está, desde ontem, o antigo Presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão, que chefia a delegação do g7+. Xanana Gusmão foi recebido em audiência, no Palácio de Belém, pelo Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
O g7+ também pretende funcionar como plataforma para dar voz aos países afectados por conflitos na formulação das políticas de desenvolvimento, bem como promover a apropriação nacional dos processos de transição para a resiliência. Promover “um diálogo mais franco” com instituições internacionais, como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional ou a Organização das Nações Unidas, é outro dos objectivos, “contribuindo para a necessária reforma das políticas destes organismos relativamente aos países em situações de fragilidade” e “exprimindo os anseios dos países no contexto da assistência”.
A organização reúne países de África, Médio Oriente, Ásia-Pacífico e Caraíbas: Chade, República Centro-Africana, Guiné-Bissau, Guiné Conacri, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Togo, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo, Burundi, Somália, Iémen, Sudão do Sul, Ilhas Comores, Afeganistão, Timor-Leste, Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão e Haiti.
Portugal e Angola
A cooperação entre Angola e Portugal tem 43 anos, aprofundadas com a assinatura de diversos instrumentos jurídicos. Os dois países estabeleceram relações diplomáticas a 9 de Março de 1976. Portugal é um dos principais parceiros comerciais de An-gola. Empresas lusas têm uma forte presença nos sectores da construção, banca, exportação de produtos alimentares e be-bidas.Angola é um dos principais investidores em Portugal com actividades que vão desde a energia às telecomunicações e banca.

Lisboa, 26 de Junho de 2019
FONTE: Jornal de Angola

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